quinta-feira, 24 de novembro de 2011

          Pesquisa de fármacos em amostras biológicas



 A determinação de fármacos em amostras biológicas, principalmente no plasma de pacientes, coletadas com base no contexto clínico e nos princípios da farmacocinética, tem sido um procedimento usual na área clínica, para assegurar a eficácia terapêutica e minimizar os efeitos adversos (sintomas de toxicidade) dos fármacos prescritos.
O pré-tratamento de amostras biológicas, que abrange as etapas de extração, pré-concentração e purificação, tem sido requerido nas análises cromatográficas de fármacos, para eliminar interferentes (compostos endógenos ou outros fármacos administrados concomitantemente com os analitos) e aumentar a sensibilidade e seletividade analítica.
Os métodos convencionais, empregados em análises de rotina no tratamento de amostras biológicas, têm sido extração líquido-líquido e extração em fase sólida.
A técnica de extração líquido-líquido apresenta desvantagens, tais como, consumo de solventes orgânicos de alta pureza, exposição do analista a compostos tóxicos, várias etapas para sua execução e formação de emulsão entre as fases, o que resulta na perda do analito.
A extração em fase sólida (SPE) apresenta uma grande variedade de fases extratoras, resultando em diferentes tipos de interações com os analitos favorecendo, desta forma, a seletividade analítica; possibilita a automação das análises e o acoplamento em linha com técnicas cromatográficas. Entretanto, tem apresentado algumas limitações como o bloqueio dos poros da fase extratora pelos componentes da matriz, utilização de solventes orgânicos para a eluição, variações analíticas entre cartuchos extratores e várias etapas operacionais para sua execução.
A microextração em fase sólida (SPME) apresenta uma série de vantagens em relação aos métodos convencionais de extração, ou seja, não requer instrumentação analítica sofisticada, rápido processo operacional, permite automação das análises, concentração dos analitos e reutilização das fibras extratoras. O processo de extração ou pré-concentração de analitos ocorre em micro escala e o seu dispositivo básico consiste de uma fibra de sílica fundida recoberta com polímeros sorventes ou sólidos adsorventes.
A SPME baseia-se em um processo de equilíbrio entre fases. O sistema de extração consiste das fases aquosa (amostra homogênea), polimérica extratora (fibra) e gasosa. Durante a extração em um sistema trifásico considerado ideal, os analitos migram entre as três fases até que o equilíbrio de partição ou sorção seja atingido.
Abaixo, o método direto é representado pela figura e demonstra a extração pela exposição da fibra diretamente na amostra. Em análises realizadas por cromatografia gasosa (SPME-GC), a fibra, após o processo de extração, é inserida no injetor aquecido e os analitos são rapidamente dessorvidos termicamente para a coluna cromatográfica; desta forma, as análises realizadas por SPME-GC não utilizam solventes orgânicos.

Saiba mais:

Queiroz, M. E. C., Lanças, F. M.;  Análise de fármacos em material biológico: acoplamento microextração em fase sólida "no tubo" e cromatografia líquida de alta eficiência; Quím. Nova vol.28 no.5 São Paulo Sept./Oct. 2005.

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