quinta-feira, 20 de outubro de 2011

Interações medicamentosas


“O bom atendimento ao doente está baseado tanto num diagnóstico correto como numa terapêutica adequada”.     

O que são Interações Medicamentosas?
       
          Interações medicamentosas são alterações nos efeitos de um medicamento em razão da ingestão simultânea de outro medicamento (interações do tipo medicamento-medicamento) ou do consumo de determinado alimento (interações do tipo alimento-medicamento). Também existe a interação medicamento-doença.
          Embora em alguns casos os efeitos de medicamentos combinados sejam benéficos, mais freqüentemente as interações medicamentosas são indesejáveis e prejudiciais.
          A incidência de interações medicamentosas oscila entre 3-5% para pacientes em uso de várias medicações, aumentando para 20%, ou ainda mais em doentes usando de 10 a 20 drogas.


          
          Tais interações podem intensificar ou diminuir as ações de um medicamento ou agravar seus efeitos colaterais. Quase todas as interações do tipo medicamentomedicamento envolvem medicamentos de receita obrigatória, mas algumas envolvem medicamentos de venda livre (sem necessidade de receita) – mais comumente aspirina, antiácidos e descongestionantes.
          Os mais idosos, ao lado dos recémnascidos, são os mais afetados pelos efeitos contrários produzidos pelas interações medicamentosas. De um lado está o organismo já enfraquecido, do outro, um organismo ainda não totalmente preparado e amadurecido.
Riscos
          O risco de ocorrência de uma interação medicamentosa depende do número de medicamentos usados, da tendência que determinadas drogas têm para a interação e da quantidade tomada do medicamento. Muitas interações são descobertas durante testes de medicamentos.
          Os efeitos de diversas drogas, quando administradas concomitantemente, podem não ser os mesmos previsíveis graças ao conhecimento possuído de seus efeitos quando empregadas isoladamente.
           Quando duas drogas interagem, a resposta farmacológica final pode resultar:
  • No aumento dos efeitos de uma droga;
  • No aparecimento de efeitos totalmente novos, diferentes dos observados com quaisquer das drogas usadas isoladamente;
  • Da inibição dos efeitos de uma droga pela outra;
  • Ou pode não ocorrer nenhuma modificação no efeito final.
          O risco de uma interação medicamentosa aumenta quando não há coordenação entre a receita dos medicamentos, o fornecimento e a orientação de seu uso. As pessoas que estão aos cuidados de vários médicos estão em maior risco, porque um dos profissionais pode não ter conhecimento de todos os medicamentos que estão sendo tomados.
          Os mecanismos pelos quais se dão as interações medicamentosas, de um modo geral estão divididos em três grupos: fatores ligados à própria droga, fatores ligados ao paciente e fatores ligados à administração do medicamento. 
Interações do Tipo Medicamento-Doença
          A maioria dos medicamentos circula por todo o corpo; embora exerçam a maior parte de seus efeitos em um órgão ou sistema específico, mas também afetam outros órgãos e sistemas. Considerando que os medicamentos podem afetar outros problemas clínicos além do que está sendo tratado, o médico deve tomar conhecimento de todos os distúrbios que porventura existam, antes de prescrever um novo medicamento.
          Diabetes, pressão arterial alta ou baixa, glaucoma, dilatação da próstata, controle deficiente da bexiga e insônia são distúrbios particularmente importantes.
Substâncias do Álcool e do Cigarro Interagem com Medicamentos?

           As drogas sociais, álcool e tabaco, possuem a mesma influência que os alimentos.
          Como agente sedativo e hipnótico, o álcool (etanol) associado a outras drogas pode representar efeitos clínicos importantes. Os antidepressivos e as drogas sedativas são os exemplos mais comuns de interação com o álcool. O etanol também potencializa os efeitos farmacológicos de muitas drogas não-sedativas, como os vasodilatadores e os hipoglicêmicos orais (utilizados por diabéticos).
          Em relação ao cigarro, a quantidade de substâncias liberadas, como o monóxido de carbono, cianeto, nicotina, significa um grande potencial ao desenvolvimento de interações medicamentosas. Estudos a respeito da interação fumo-medicamento mostram que o cigarro pode reduzir a absorção de insulina, aumentar as chances de acidente vascular encefálico e ainda provocar a cardiopatia isquêmica em mulheres que consomem anticoncepcionais orais.
Como Reduzir o Risco de Interações Medicamentosas?
  • Consulte seu médico, antes de tomar qualquer medicamento novo;
  • Tenha à mão uma lista de todos os medicamentos que está tomando e periodicamente discuta essa lista com seu médico ou farmacêutico;
  • Mantenha uma lista de todas as enfermidades clínicas que já o acometeram e periodicamente discuta essa lista com seu médico;
  • Selecione um farmacêutico que proporcione serviços abrangentes e faça com que todas as receitas sejam aviadas por ele; 
  • Procure compreender a finalidade, a ação e os possíveis efeitos colaterais de todos os medicamentos prescritos;
  • Aprenda o modo como os medicamentos devem ser tomados, em que hora do dia e se podem ser tomados ao mesmo tempo que outros medicamentos;
  • Informe-se se o medicamento utilizado pode apresentar interação com algum tipo de alimento;
  • Discuta o uso dos medicamentos de venda livre (sem necessidade de receita) com o farmacêutico responsável e discuta seus problemas clínicos e o uso de medicamentos de receita obrigatória que está tomando;
  • Siga as instruções recomendadas para tomar os medicamentos; 
  • Informe ao médico ou ao farmacêutico qualquer sintoma que possa estar relacionado ao uso de um medicamento.
   
 

BIBLIOGRAFIA:
- FONSECA, A. L. Interações Medicamentosas.3ed. Rio de Janeiro, EPUB, 2001.
- http://boasaude.uol.com.br/lib/ShowDoc.cfm
- http://www.msd-brazil.com/content/patients

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