Membro da
família dos asfixiantes químicos, o monóxido de carbono (CO) é um gás perigoso,
incolor, inodoro, sem sabor e não irritante. Ele pode deixar uma pessoa
inconsciente ou mesmo matar em poucos minutos. Ele é produzido pela combustão
incompleta de matérias carbonáceas orgânicas, como o carbono, a madeira, o
papel, o óleo, o gás e a gasolina.
O CO tem
afinidade com a hemoglobina contida nos glóbulos vermelhos do sangue, que
transportam oxigênio para os tecidos. A toxicidade do CO no homem se explica
quando o CO entra em competição com o O2 pela hemoglobina. A ação tóxica
principal do CO resulta em anóxia provocada pela conversão da oxihemoglobina em
carboxihemoglobina (COHb).
A afinidade
da hemoglobina pelo CO é cerca de 200 a 250 vezes maior que a do oxigênio. A
produção de carboxihemoglobina, complexo extremamente estável, além de causar
um decréscimo na saturação de oxihemoglobina, causa um desvio da curva de
dissociação para a esquerda, diminuindo a liberação de oxigênio aos tecidos.
Além disso, a inibição competitiva com os sistemas da citocromo oxidase,
principalmente a do P-450, impede o uso do oxigênio para geração de energia. O
monóxido de carbono liga-se também à mioglobina, prejudicando o armazenamento
de oxigênio nos músculos.
A poluição
atmosférica, o fumo passivo, a produção endógena, a exposição ocupacional, e o
tabagismo agudo, são exemplos de fontes de exposição ao CO. Os locais de
trabalho constituem igualmente um ambiente importante no que se refere à
exposição ao CO, pois ele é um dos poluentes mais abundantes no ar e está
presente em muitos locais de trabalho. A exposição ao CO é preocupante para
trabalhadores das indústrias de aço e de papel da construção civil, das
indústrias automotivas e das refinarias de petróleo.
Casal morreu asfixiado por monóxido de
carbono em pousada
(Notícia extraída do site:
www.g1.globo.com/minasgerais - 19/04/2011)
Um laudo
conclusivo da Polícia Civil constata que o casal encontrado em uma pousada em
Brumadinho, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, morreu asfixiado por
monóxido de carbono, de acordo com o chefe da Divisão de Crimes Contra a Vida,
delegado Wagner Pinto. Segundo informou o delegado nesta terça-feira, exames
toxicológicos apontaram a presença de carboxihemoglobina no sangue, na
concentração de 62%, em Alessandra Paolinelli, de 22 anos, e de 68% em Gustavo
Ribeiro, de 23 anos. Este elemento indica a intoxicação por monóxido de
carbono, que é um gás inflamável e sem cheiro.
Ainda segundo
informações do delegado Wagner Pinto, o laudo divulgado põe fim à hipótese de
morte seguida por suicídio. “A partir de agora, a polícia vai prosseguir nas
investigações para definir uma eventual culpa. Dependemos do laudo da
engenharia legal, que vai apurar se havia algum problema na lareira ou foi se
mau uso dos hóspedes”, disse o delegado. A Polícia Civil aguarda laudos da
engenharia e da perícia feita no quarto, que vão constatar se a lareira do
quarto em que os universitários dormiram foi construída de forma correta ou se
foi usada de maneira errada pelos jovens.
Saiba Mais:
SOUZA, R.;
JARDIM, C.; SALGE, J. M. e CARVALHO, C. R. R. Lesão por inalação de fumaça. J.
bras. pneumol. [online]. vol.30, n.6, pp. 557-565. ISSN 1806-3713, 2004.
LACERDA, A.;
LEROUX, T.; MORATA, T. Efeitos ototóxicos da exposição ao monóxido de carbono:
uma revisão. Pró-Fono Revista de Atualização Científica, Barueri (SP), v. 17,
n. 3, p. 403-412, set.-dez. 2005.
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